Bougainville, uma ilha localizada no Oceano Pacífico, está em vias de se tornar a mais nova nação do mundo. Atualmente, a ilha faz parte de Papua Nova Guiné, mas o desejo de independência tem sido uma constante entre seus habitantes. Com uma história rica e complexa, Bougainville busca se estabelecer como um país independente até 2027.
A ilha de Bougainville tem uma população de aproximadamente 300 mil habitantes e é culturalmente distinta do restante de Papua Nova Guiné. A proximidade cultural e linguística com as Ilhas Salomão reforça o sentimento de identidade própria entre os habitantes de Bougainville, que há muito tempo almejam a autonomia completa.
Por que Bougainville busca a independência?
O desejo de independência de Bougainville é impulsionado por fatores culturais, sociais e econômicos. A população local não se identifica culturalmente com Papua Nova Guiné e tem mais afinidade com as Ilhas Salomão. Além disso, há um sentimento de exploração econômica, principalmente devido à mineração, que gerou tensões ao longo dos anos.
Historicamente, Bougainville foi palco de conflitos armados que culminaram em uma guerra civil entre 1989 e 2000. A paz foi alcançada com a ajuda de países como Nova Zelândia e Austrália, mas o desejo de independência persistiu. Em 2019, um plebiscito mostrou que 98% da população votou a favor da separação de Papua Nova Guiné.
Quais são os desafios econômicos e políticos?
Um dos principais desafios para Bougainville é a questão econômica. A ilha abriga a mina Panguna, uma das maiores reservas de cobre do mundo, além de ouro. A mineração foi uma fonte significativa de receita para Papua Nova Guiné, representando cerca de 12% do PIB do país. No entanto, a mina foi fechada em 1989 devido à guerra civil e aos impactos ambientais.
Bougainville planeja reabrir a mina após a independência, o que pode ser crucial para sua economia. Politicamente, a independência ainda precisa ser formalmente reconhecida pelo Parlamento de Papua Nova Guiné, embora as negociações tenham avançado desde o plebiscito de 2019.