Em um cenário que remonta aos primórdios da exploração espacial, o Kosmos 482, uma sonda soviética lançada em 1972, está prestes a reentrar na atmosfera terrestre. Originalmente projetado para explorar Vênus, o módulo nunca deixou a órbita da Terra devido a uma falha durante o lançamento. Agora, mais de cinco décadas depois, sua queda é iminente, com previsões indicando que isso ocorrerá no início de maio de 2025.
Pesando aproximadamente 500 quilos, o Kosmos 482 é monitorado de perto por agências espaciais e astrônomos. A data provável para sua reentrada é 9 de maio, embora haja uma margem de erro de alguns dias. A trajetória elíptica que o satélite percorre ao redor da Terra tem se tornado cada vez mais próxima, tornando sua reentrada inevitável.
O que é o Kosmos 482?
O Kosmos 482 fazia parte da missão soviética Venera, cujo objetivo era investigar a atmosfera de Vênus. Lançado em março de 1972, o módulo não conseguiu escapar da gravidade terrestre devido a uma separação prematura da última etapa do foguete. Enquanto alguns fragmentos caíram na Nova Zelândia, outros permaneceram em órbita e agora estão prestes a retornar à Terra.
Durante as décadas de 1960 e 1970, a exploração espacial era uma demonstração de poder entre as superpotências da Guerra Fria. A União Soviética, após o fracasso do Kosmos 482, lançou a Venera 8, que se tornou a segunda nave a pousar em Vênus no mesmo ano.
O Brasil está na área de risco?
Com uma inclinação orbital de 52 graus em relação à Linha do Equador, o Kosmos 482 passa regularmente por regiões que vão do sul do Canadá ao extremo sul da América do Sul, incluindo todo o território brasileiro. Apesar disso, a probabilidade de o satélite cair em uma área habitada é considerada baixa.
A faixa de reentrada cobre uma vasta porção do planeta, abrangendo continentes como América, Europa, Ásia e África, além de grandes extensões oceânicas. A velocidade de reentrada prevista, entre 250 e 300 km/h, reduz o potencial destrutivo do impacto.