Pesquisadores da ETH Zurich, na Suíça, desenvolveram um método inovador para extrair ouro de eletrodomésticos e dispositivos eletrônicos descartados. Essa técnica não só promove a economia sustentável, mas também enfrenta o crescente problema do lixo eletrônico, um dos grandes desafios ambientais do século XXI.
Método Ecológico e Criativo
O processo envolve o uso de subprodutos da indústria alimentícia, como resíduos da produção de queijo, para criar esponjas de fibrilas de proteína. Essas esponjas são capazes de atrair e recuperar metais preciosos de forma eficiente, eliminando a necessidade de produtos químicos agressivos frequentemente utilizados na mineração tradicional.
A extração do ouro inicia-se com a desnaturalização das proteínas do soro de leite, sob condições específicas de acidez e temperatura elevada. Isso gera uma suspensão de nanofibrilas de proteína, que é então seca e transformada em uma esponja. As partes metálicas dos dispositivos, como placas-mãe de computadores, são dissolvidas, e os íons de ouro presentes na solução são capturados pelas esponjas.
Resultados Impressionantes
Os pesquisadores conseguiram extrair uma pepita de ouro de 22 quilates, pesando 450 mg, utilizando apenas 20 placas-mãe de computadores antigos. Essa pepita, composta por 91% de ouro e 9% de cobre, foi avaliada em aproximadamente US$ 33 (cerca de R$ 192). Embora o valor financeiro pareça modesto, a viabilidade econômica e ambiental do processo é significativa.
A iniciativa suíça destaca o potencial de transformar lixo eletrônico em um recurso valioso, beneficiando a economia e o meio ambiente. Este método inovador pode inspirar outras nações a adotar práticas semelhantes, reduzindo o impacto ambiental do descarte inadequado de eletrônicos e promovendo a reciclagem em larga escala.