Por décadas, o porcelanato se destacou como escolha principal nos projetos de interiores, sendo amplamente utilizado em casas, escritórios e estabelecimentos comerciais. Seu visual sofisticado, durabilidade e facilidade de limpeza o tornaram um queridinho entre arquitetos e consumidores. No entanto, com o passar do tempo, algumas limitações começaram a ser percebidas, abrindo espaço para o surgimento de novos materiais.
Nesse cenário, o microcimento desponta como uma solução moderna, funcional e mais acessível, ganhando espaço na construção civil como uma alternativa versátil ao tradicional porcelanato.
Apesar de suas qualidades, o porcelanato apresenta pontos que podem se tornar desvantagens. Entre eles, destacam-se o preço elevado — especialmente nos modelos polidos ou de grandes formatos — e o risco de escorregões em áreas molhadas.
Além disso, como é instalado em placas, exige o uso de rejuntes que acumulam sujeira com o tempo, comprometendo a estética. Outro fator que pesa é a necessidade de base perfeitamente nivelada, o que encarece ainda mais a instalação. Esses obstáculos têm levado muitos profissionais a buscarem opções que combinem praticidade, beleza e bom desempenho.
Microcimento: revestimento contínuo e com aplicação simplificada
O microcimento surgiu inicialmente em aplicações industriais, mas hoje já conquistou espaço nos projetos residenciais e comerciais. Trata-se de um revestimento de baixa espessura (2 a 3 mm) que pode ser aplicado diretamente sobre diversas superfícies como concreto, madeira, gesso, cerâmica e até sobre o próprio porcelanato. Essa característica permite reformas com menos quebra-quebra e entulho, reduzindo o custo e o tempo da obra.
Sua superfície contínua elimina os rejuntes, criando um acabamento moderno, uniforme e minimalista. O material também é resistente à umidade, impactos, abrasão e altas temperaturas, podendo ser usado em pisos, paredes, tetos, móveis planejados, escadas, rampas e até em áreas externas. Por ser leve, dispensa grandes ajustes em portas e batentes. Outro ponto de destaque é a facilidade na limpeza, já que não há espaços que acumulam sujeira.
Em relação à segurança, o microcimento pode receber aditivos antiderrapantes, o que o torna ideal para locais com grande circulação, incluindo ambientes com crianças ou idosos. Sua versatilidade de aplicação e a economia proporcionada pela dispensa de materiais adicionais, como rejunte e niveladores, fazem com que represente até 30% de economia em comparação ao porcelanato de alto padrão.
Além das vantagens técnicas, o microcimento é considerado uma alternativa mais sustentável. Sua aplicação requer menos insumos naturais, e o fato de ser aplicado diretamente sobre outros revestimentos evita a geração de resíduos. Isso contribui para um ciclo de vida mais durável e com menor impacto ambiental, alinhado às exigências de uma construção mais consciente.
Em termos estéticos, o microcimento permite um nível de personalização que o porcelanato não oferece. Ele pode ser pigmentado, ganhar texturas variadas e assumir desde um visual rústico até um acabamento brilhante, semelhante ao mármore. Isso o torna ideal para projetos com identidade visual forte, sejam eles comerciais ou residenciais.
Embora o porcelanato continue sendo uma boa escolha para ambientes que exigem padronização ou resistência a produtos químicos, o microcimento surge como um forte concorrente, oferecendo um acabamento moderno, de fácil manutenção, com aplicação rápida e ótimo custo-benefício.
Ambos os materiais, inclusive, podem coexistir em um mesmo projeto, valorizando diferentes ambientes de maneira estratégica. Com isso, o microcimento se consolida como uma inovação que pode redefinir os padrões estéticos e funcionais dos revestimentos na construção civil.