A Grande Porção de Lixo do Pacífico, frequentemente chamada de “Ilha Invisível” ou “Sétimo Continente”, é uma vasta acumulação de resíduos plásticos localizada entre a Califórnia e o Havaí.
Com uma área estimada em 1,6 milhão de quilômetros quadrados, aproximadamente três vezes o tamanho da França, essa mancha de detritos é composta por cerca de 1,8 trilhões de pedaços de plástico flutuantes, dos quais 94% são microplásticos e os outros 6% são itens maiores, como redes de pesca e embalagens.
Essa concentração de resíduos resulta da convergência de correntes oceânicas que formam um vórtice, aprisionando os detritos em uma área relativamente estável .
Impactos ambientais e riscos para a vida marinha
A presença desse enorme acúmulo de lixo provoca sérios impactos no ecossistema marinho. Os plásticos flutuantes servem de transporte para organismos invertebrados, facilitando sua dispersão e causando desequilíbrios ecológicos.
Cientistas já identificaram mais de 480 organismos vivendo nesses resíduos, pertencentes a pelo menos 46 espécies. Além disso, estima-se que mais de um milhão de animais marinhos morrem todos os anos por ingestão de plásticos ou emaranhamento nos detritos.
A poluição também afeta comunidades pesqueiras, compromete a qualidade do ar e libera micropartículas na atmosfera, gerando problemas de saúde pública.
Apesar de diversas iniciativas, a remoção completa da mancha é um desafio, especialmente por conta dos microplásticos, difíceis de capturar. Segundo a Agência Americana Oceânica e Atmosférica, talvez ela nunca desapareça por completo.
Por isso, a prevenção é fundamental: evitar que mais resíduos cheguem aos oceanos é o foco principal. Organizações como a The Ocean Cleanup já retiraram mais de 200 mil quilos de plástico do local e têm como meta reduzir 80% do lixo oceânico até 2030.
Esse cenário evidencia a urgência de ações coordenadas para conter a poluição plástica. A redução do uso de descartáveis, melhorias no gerenciamento de resíduos e a conscientização ambiental são passos essenciais. Somente com o envolvimento de governos, ONGs, empresas e sociedade será possível proteger os oceanos e garantir um futuro sustentável.