Após 40 anos de exclusão, o sertanejo finalmente conquistou um lugar no Rock in Rio. A primeira vez que o gênero se apresentou no festival foi em 2024, no Dia Brasil, onde artistas como Ana Castela, Simone Mendes, Luan Santana e Chitãozinho e Xororó marcaram presença. A escolha gerou discussões, já que o festival, tradicionalmente dedicado ao rock, incluiu uma das maiores vertentes da música brasileira em sua programação.
A inclusão do sertanejo no festival
A presença do sertanejo no Rock in Rio foi uma mudança significativa. A ideia começou a ser discutida em 2022, quando o organizador Roberto Medina sugeriu a inclusão do gênero em 2024. Para Luan Santana, a proposta foi uma oportunidade de mostrar que sua música vai além dos limites de estilo, atraindo diversos públicos.
A decisão, no entanto, gerou controvérsias entre os fãs de rock que questionaram a adequação do estilo sertanejo no evento. O festival, que tradicionalmente não abria espaço para gêneros como funk e sertanejo, viu a inclusão desses estilos como uma nova fase de evolução musical.
Reações ao line-up diversificado
A reação ao novo line-up foi mista. Enquanto muitos fãs de sertanejo celebraram a oportunidade de ver seus ídolos no festival, os admiradores de rock demonstraram insatisfação. Alguns argumentaram que o evento estava perdendo sua identidade ao abraçar um público mais amplo e, possivelmente, afastar os roqueiros tradicionais.
O cantor BNegão, por exemplo, expressou seu desagrado com a presença do sertanejo no evento, destacando a falta de um espaço dedicado aos artistas de rock pesado, tradicionalmente esperado no festival. No entanto, Roberto Medina defendeu a inclusão de diferentes gêneros, como parte de uma mudança que acompanha a diversidade musical do Brasil.
Sertanejo: reflexo das mudanças culturais
A entrada do sertanejo no Rock in Rio se assemelha à inserção do funk no evento em edições anteriores, como em 2019, quando o Espaço Favela foi criado para acolher artistas do gênero. Assim como o funk, o sertanejo tem se tornado cada vez mais popular em diversas camadas da sociedade brasileira.
A mudança no evento reflete uma adaptação do festival às novas demandas culturais e à evolução das preferências musicais dos brasileiros, além de promover a inclusão de estilos que representam a realidade de boa parte da população.
O futuro do Rock in Rio e os novos rumos da música brasileira
O Rock in Rio, tradicionalmente associado ao rock internacional, tem se transformado ao longo das edições, incluindo cada vez mais estilos musicais diversificados. A presença do sertanejo não é um caso isolado e pode ser vista como parte de uma tendência crescente de inclusão de diferentes ritmos no festival.
A música brasileira tem se expandido para além dos estilos que inicialmente definiram o evento, refletindo a realidade do cenário musical atual. Roberto Medina mencionou que, além do sertanejo, outros gêneros podem ganhar mais destaque em futuras edições, acompanhando a evolução da música no Brasil.
Rock in Rio e a diversidade musical
A mudança no line-up do Rock in Rio é uma forma de o festival se alinhar com a crescente popularidade do sertanejo e de outros gêneros como o funk e o pop no Brasil. Com isso, o evento se aproxima cada vez mais do público brasileiro em sua totalidade, sem perder o foco na diversidade musical. A inclusão de artistas de diferentes estilos é uma estratégia para ampliar o alcance do festival e torná-lo ainda mais representativo da pluralidade cultural do país.
A presença do sertanejo no Rock in Rio marca um novo capítulo na história do festival, que se reinventa para se manter relevante nas próximas décadas. O evento, ao incluir diferentes ritmos, reflete a transformação do mercado musical brasileiro, que agora compreende uma infinidade de estilos que conquistaram o coração dos brasileiros.