O podcast UOL Prime, apresentado por José Roberto de Toledo, trouxe nesta quinta-feira, dia 25 de julho, bastidores da reportagem do jornalista Rodrigo Ortega sobre os shows milionários com verba pública que viram palanque eleitoral.
Os shows de prefeituras costumam ter a mesma atração de abertura: uma comissão de políticos no palco, que trocam elogios e fazem promessas de governo. “Virou comício. E o que mais me chama atenção: no meio do principal show da noite aparece o prefeito no palco”, descreve Ortega.
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O repórter disse que quando as candidaturas forem oficializadas, em agosto, esse uso do cargo para obter vantagem na eleição pode ser enquadrado como abuso de poder.
“Obviamente você está consolidando a imagem do prefeito com antecedência. Ele já entra com uma velocidade inicial mais alta que a concorrência” completa Toledo.
Rodrigou apresentou a fatura de R$76, 9 milhões de verba pública só para cinco artistas: Wesley Safadão, Gusttavo Lima, Zé Neto e Cristiano, Ana Castela e Nathan.
“A gente comparou com a verba de todos os projetos nacionais de música da Lei Rouanet no mesmo período, de R$ 61,7 milhões. Ou seja: só cinco artistas levam mais que isso” disse o repórter.
O repórter trouxe alguns outros números que causaram espanto no apresentar do podcast, só esse ano nas festas de São João da Bahia em 2024, foram gastos R$358 milhões gastos em cachês. Isso só nas 328 cidades que entraram no Painel de Transparência Junino, ação do MP-BA.
O apresentador assegura que esses eventos são importantes para a cultura e economia do local, se forem feitos com responsabilidade e sem abuso político. “O que não pode é deixar que isso seja o único gasto cultural da cidade” comenta Ortega.
O apresentador, José Roberto ressaltou que os ‘showmícios’ estão proibidos no Brasil desde 2006, com verba privada ou pública.