Algumas duplas precisam de pouco tempo para deixar sua marca na música. Esse é o caso de Barreto e Barroso, grupo que permaneceu junto durante as décadas de 1950 e parte de 1960, sendo fundamentais para a consolidação da música sertaneja raiz.
Tudo começou na rádio. Antônio Barreto era técnico de laticínios e advogado, mas contava com um terceiro trabalho como locutor na Rádio Bandeirantes de São Paulo. Lá, encontrou Benedito Rodrigues Pinheiro, um professor de artífices que também trabalhava como locutor na emissora, atendendo pelo nome Barroso.
Em 1946, formou-se a dupla Barreto e Barroso, estreando nas ondas da Rádio América, em São Paulo. Anos depois, em 1950, veio seu primeiro disco de 78 RPM, lançado pela gravadora Todamérica, e com apenas duas faixas: Besta Baia e Xuxu de Iaiá.
Os lançamentos seguiram nos anos seguintes, com novas canções sendo promovidas durante a década de 1950 em discos de 78 RPM. Barreto e Barroso passaram a se apresentar na Rádio Mayrink Veiga, do Rio de Janeiro, enquanto Barroso também assumiu o papel de apresentador em diversos programas de Ribeirão Preto.
Barreto e Barroso tiveram curta carreira
A carreira de Barreto e Barroso tem uma duração enxuta. Essencialmente, seus lançamentos acontecem entre 1950 e 1961, data de seu último disco de 78 RPM que contava com as faixas A Moda do Galo e Me Casei com a Mariana.
A dupla seguiu junto, embora sem novos lançamentos, mas o fim não demoraria a acontecer. Em 1968, Barroso faleceu. Barreto tocou com outros parceiros, mas foi apenas com o compositor, radialista e dublador Muíbo César Cury sob a alcunha de Barroso que o grupo voltou a florescer.
Com a formação original, Barreto e Barroso gravaram um total de 20 músicas dispostas em 10 discos 78 RPM, sendo 8 destes pelo selo Todamérica, um pelo selo Columbia e um pelo selo Sertanejo. Com Muíbo, veio o lançamento do único LP da dupla, As Duas Faces de Barreto e Barroso, de 1983.