A Páscoa, uma das celebrações mais importantes do cristianismo, não tem uma data fixa. Ao longo da história, algumas datas se destacaram mais do que outras. Por exemplo, o dia 16 de abril já foi celebrado 17 vezes, enquanto 31 de março e 10 de abril foram escolhidos 16 vezes cada. Essa variabilidade levanta a questão: por que a data da Páscoa muda tanto a cada ano?
Como a data é determinada
Desde 2011, a Páscoa foi comemorada em dias que variam entre 27 de março e 24 de abril. Essa oscilação ocorre devido ao sistema astronômico utilizado para calcular a data, que leva em conta o equinócio da primavera e a primeira lua cheia após esse evento. Segundo Beda, o Venerável, um monge inglês do século VII, a Páscoa é celebrada no primeiro domingo após essa lua cheia.
O cálculo da data da Páscoa é um “feriado móvel”, resultado da combinação de tradições culturais e calendários distintos. O calendário cristão mescla influências do calendário solar egípcio e do calendário lunar hebraico, o que gera complicações adicionais. Em 325 d.C., o Concílio de Nicéia estabeleceu que a Páscoa seria celebrada no primeiro domingo após a primeira lua cheia que ocorre após o equinócio da primavera, mas mesmo assim, diferentes tradições continuaram a utilizar fórmulas distintas.
Desafios de unificação
Historicamente, as igrejas cristãs enfrentaram desafios para unificar a data da Páscoa. Um exemplo é o Sínodo de Whitby, em 664, onde o rei Oswiu e sua esposa celebravam a Páscoa em datas diferentes. A decisão final favoreceu a tradição romana, unificando a celebração na Inglaterra. Contudo, as igrejas ortodoxas ainda seguem o calendário juliano, resultando em datas diferentes para a Páscoa.