Em sua 40ª edição, o Rock in Rio decidiu, pela primeira vez, incluir uma noite dedicada ao sertanejo, refletindo uma mudança significativa em sua programação.
Este movimento foi impulsionado pelo sucesso estrondoso de festivais como o Villa Mix, que, meses antes do evento, atrairia um público de 120.000 pessoas em dois dias, mostrando que o gênero se tornaria uma força inegável na música brasileira.
Resistência e Evolução
Apesar de Roberto Medina, criador do Rock in Rio, sempre afirmar que o festival buscava diversidade musical, houve uma resistência notável em incluir ritmos populares, como o sertanejo.
Outros gêneros, como funk e samba, foram acolhidos, mas o sertanejo permaneceu como um “calcanhar de Aquiles”.
Nos anos anteriores, Medina havia sinalizado uma possível abertura, expressando interesse em convidar artistas sertanejos, mas as edições seguintes ainda mantiveram essa exclusão.
A Homenagem à Diversidade Musical
Com a escolha do dia 21 de setembro para homenagear a diversidade musical do Brasil, a inclusão do sertanejo foi considerada essencial.
A escalação de Chitãozinho & Xororó, acompanhados por novos ícones do gênero, como Luan Santana e Simone Mendes, destacava a força e a relevância do sertanejo na cultura brasileira.
A decisão foi motivada por uma análise pragmática da cena musical, que mostrou que ignorar o sertanejo era impossível, dado que o gênero se mantivera no topo das paradas por mais de duas décadas.
Questões Econômicas e o Futuro do Festival
Os organizadores também consideraram questões econômicas. Com os altos custos de trazer artistas internacionais, o festival se adaptou à nova realidade, optando por um lineup composto predominantemente por artistas brasileiros.
Essa decisão assegurou a venda de ingressos a um público que buscava experiências autênticas e diversificadas, reconhecendo a força do sertanejo no cenário musical brasileiro.