Em abril de 2025, a Telefónica del Perú, uma das principais operadoras de telecomunicações do país, anunciou sua falência voluntária e a venda de suas operações por um valor surpreendentemente baixo.
A transação, realizada por menos de um milhão de dólares, foi feita com a Integra Tec International, uma holding argentina especializada em reestruturação de empresas em dificuldades. Essa decisão marca uma mudança significativa na estratégia da Telefónica na América Latina, refletindo desafios regulatórios e financeiros enfrentados pela empresa no Peru.
Desde fevereiro de 2025, a companhia já havia sinalizado problemas ao entrar com o pedido de falência voluntária no Indecopi, órgão peruano responsável pela defesa da concorrência e propriedade intelectual.
Por que a Telefónica del Perú entrou com pedido de falência?
A principal razão para o pedido de falência voluntária da Telefónica del Perú está relacionada a disputas fiscais antigas e decisões regulatórias desfavoráveis. A empresa afirmou que essas questões tornaram sua operação local “competitivamente inviável”.
Além disso, a Telefónica Hispanoamérica, controladora da unidade peruana, precisou conceder um empréstimo emergencial para manter as operações enquanto buscava uma solução.
Apesar dos esforços para encontrar compradores anteriormente, a venda só foi concretizada em abril de 2025. A operação foi fechada por PEN 3,7 milhões, o que equivale a cerca de 991.768 dólares, um valor considerado simbólico no mercado de telecomunicações.
Quais são os próximos passos para a Telefónica na América Latina?
A venda da Telefónica del Perú não é um caso isolado. A empresa já havia vendido sua unidade na Argentina, embora o negócio ainda enfrente trâmites judiciais. Rumores indicam que as operações no México e na Colômbia podem ser as próximas a serem vendidas.
Essa estratégia faz parte do plano do novo CEO da Telefónica, Marc Murtra, que busca focar em mercados mais estratégicos e rentáveis, especialmente na Europa.
Essa reestruturação evidencia o colapso da estratégia da Telefónica na América Latina, impulsionada por um ambiente regulatório instável e dívidas acumuladas.