Em 2008, o Zimbábue enfrentou uma das piores crises econômicas da história moderna, com uma taxa de inflação que atingiu níveis inimagináveis. Em novembro daquele ano, a inflação chegou a 79,6 bilhões por cento, um número que ilustra a gravidade da situação econômica do país. Essa crise foi resultado de uma série de políticas econômicas e decisões governamentais que levaram a um colapso financeiro sem precedentes.
A origem da hiperinflação no Zimbábue pode ser rastreada até a década de 1990, quando o governo implementou uma política de redistribuição de terras. Essa política, embora bem-intencionada, teve consequências desastrosas para a economia do país. A produção agrícola, que era uma das principais fontes de renda e alimentos, foi severamente afetada, resultando em uma diminuição significativa na oferta de alimentos e, consequentemente, no aumento dos preços.
Como a Impressão de Dinheiro Agravou a Crise?
Para lidar com as dificuldades econômicas, o governo do Zimbábue recorreu à impressão descontrolada de dinheiro. Essa medida foi adotada como uma tentativa de pagar dívidas internacionais, incluindo aquelas com o Fundo Monetário Internacional (FMI), e para cobrir os salários dos funcionários públicos. No entanto, essa estratégia apenas piorou a situação, já que a injeção de grandes quantidades de dinheiro na economia sem um correspondente aumento na produção de bens e serviços levou a uma desvalorização maciça da moeda local.
A inflação diária no Zimbábue chegou a 98%, o que significa que os preços dobravam a cada dia. Essa situação tornou a moeda local praticamente inútil, com notas de valores altíssimos sendo necessárias para comprar itens básicos. Em muitos casos, o dinheiro passou a valer menos do que o papel em que era impresso, forçando a população a recorrer a trocas diretas de bens e ao uso de moedas estrangeiras para realizar transações.