O aumento do lixo espacial tem se tornado uma preocupação crescente para a comunidade científica e as agências espaciais ao redor do mundo. Diariamente, satélites desativados e partes de foguetes reentram na atmosfera terrestre, com muitos desses objetos queimando antes de atingir o solo.
No entanto, a quantidade de fragmentos em órbita continua a crescer, apresentando riscos significativos para o meio ambiente e a segurança das operações espaciais. Em 2024, mais de 1.200 reentradas de satélites e pedaços de foguetes foram registradas.
Isso resultou em uma média de três grandes pedaços de lixo espacial caindo na Terra diariamente. A maioria desses objetos provém de megaconstelações, como a Starlink, que substitui seus satélites a cada cinco anos. Este ciclo de substituição, embora necessário, contribui para o aumento do lixo espacial.
Quais são os efeitos do lixo espacial na atmosfera?
Um dos principais problemas associados à reentrada de lixo espacial é a liberação de poluentes na atmosfera. Muitos satélites são feitos de alumínio, que se transforma em óxido de alumínio ao queimar. Este composto pode prejudicar a camada de ozônio, essencial para proteger a Terra dos raios ultravioletas.
Além disso, a queima de satélites libera óxidos de nitrogênio, que também contribuem para a destruição do ozônio e podem alterar o equilíbrio climático. A professora Eloise Marais, especialista em química atmosférica, alerta que as reentradas estão liberando mais poluentes metálicos do que nunca.
Sua equipe está desenvolvendo um inventário para medir a poluição causada por lançamentos e reentradas, buscando entender melhor os impactos dessas partículas metálicas.
Como o lixo espacial afeta a segurança das operações espaciais?
O acúmulo de detritos espaciais representa um risco crescente para a segurança das operações espaciais. Atualmente, existem mais de 46 mil fragmentos de detritos com mais de 10 centímetros de largura orbitando a Terra.
Além disso, estima-se que haja milhões de fragmentos menores, que, apesar do tamanho reduzido, viajam a velocidades altíssimas e podem causar danos severos a espaçonaves.