O Vaticano confirmou que o conclave para eleger o novo Papa começará no dia 7 de maio, e há grande expectativa de que o nome do sucessor de Francisco seja conhecido já no dia 8 ou 9.
A definição da data foi tomada em reunião do Colégio de Cardeais nesta segunda-feira (28), marcando o próximo passo no rito tradicional que ocorre após a morte de um Pontífice. Francisco faleceu no último dia 21 de abril, aos 88 anos.
Seu funeral reuniu multidões na Praça São Pedro, incluindo chefes de Estado e autoridades religiosas de todo o mundo.
Como funcionará o conclave?
O conclave será realizado, como dita a tradição, na Capela Sistina, no Vaticano. A cerimônia se dá sob sigilo absoluto: todos os cardeais eleitores — ou seja, aqueles com menos de 80 anos — ficarão isolados do mundo exterior, sem acesso a celulares, TV, rádio, jornais ou internet.
Durante esse período, eles se hospedam na Casa Santa Marta, também dentro do Vaticano, sob regras rígidas de confinamento. São esperados até 120 cardeais votantes, que serão os responsáveis por eleger o próximo Papa.
No dia 7, os cardeais participarão da missa solene “Pro eligendo Pontifice” na Basílica de São Pedro e, em seguida, seguirão em procissão para a Capela Sistina. Durante a cerimônia, entoam as orações “Litania sanctorum” (a Ladainha de Todos os Santos) e “Veni, Creator Spiritus”, clamando pela orientação do Espírito Santo.
Ao entrarem na capela, assumem seus lugares sob o célebre afresco do “Juízo Final” de Michelangelo, onde fazem um juramento de absoluto sigilo — válido durante e após o processo, sob pena de excomunhão.
O que acontece após o início da votação?
Uma vez feito o juramento, o responsável pela condução do rito profere a frase “Extra omnes” (“todos para fora”), ordenando que apenas os cardeais eleitores permaneçam na capela. A partir daí, têm início as votações. Cada cardeal escreve seu voto à mão em um papel com a frase “Eligo in summen pontificem” (“elejo o Sumo Pontífice”) e o deposita na urna, aproximando-se do altar um a um, afirmando que sua escolha foi feita de maneira livre e consciente diante de Deus.
Para que um nome seja eleito, é necessário obter dois terços dos votos válidos. Caso não haja consenso no primeiro dia, o conclave prossegue com até quatro votações diárias — duas pela manhã e duas à tarde. Se, após três dias, ainda não houver um nome escolhido, há uma pausa para reflexão e orações, e o processo é retomado em seguida.
Durante o conclave, o mundo acompanha com atenção os sinais que saem da chaminé da Capela Sistina: a fumaça preta indica que ainda não há definição; a branca, que um novo Papa foi eleito.
Se houver consenso rápido entre os cardeais, o novo líder da Igreja pode ser conhecido já no dia 8 ou, no mais tardar, no dia 9 de maio. Até lá, a Igreja segue sob o comando do Colégio de Cardeais e do camerlengo, responsáveis por assuntos administrativos e pela condução das etapas até a escolha final.