Recentemente, um fenômeno intrigante chamou a atenção de muitos fiéis e curiosos nos arredores de Roma. A estatueta da Virgem Maria, conhecida como a “Virgem que Chora Sangue”, tornou-se o centro de um culto que atraiu multidões ao Lago Bracciano. A figura, pertencente à autoproclamada vidente Gisella Cardia, supostamente derramava lágrimas de sangue, o que gerou uma série de especulações e investigações.
O Ministério Público da Itália, buscando esclarecer o fenômeno, solicitou uma perícia que revelou informações surpreendentes. Um exame de DNA conduzido pela Universidade de Roma Tor Vergata identificou que o sangue na estatueta era feminino e correspondia ao de Gisella Cardia, a dona da escultura. Esta descoberta lançou novas luzes sobre os eventos que ocorriam em Trevignano.
Quem é Gisella Cardia?
Gisella Cardia, nascida Maria Giuseppa Scarpulla, é uma figura central nesse mistério. Ela afirmava receber mensagens divinas da Virgem Maria no terceiro dia de cada mês e organizava encontros religiosos no Lago Bracciano. A estatueta, segundo Cardia, tinha origem em Medjugorje, uma cidade na Bósnia-Herzegovina famosa por relatos de aparições marianas.
Além das alegações de lágrimas de sangue, Cardia afirmava ter presenciado outros milagres, como a multiplicação de alimentos em eventos que promovia. Esses relatos contribuíram para a formação de um culto em torno da “Virgem de Trevignano”, atraindo seguidores e curiosos.
Qual foi a resposta das autoridades religiosas?
Em junho de 2024, o Dicastério para a Doutrina da Fé, órgão do Vaticano responsável por questões teológicas, já havia se pronunciado sobre o caso. O órgão descartou a veracidade dos eventos sobrenaturais associados à estatueta e aconselhou os fiéis a não venerarem a imagem. Essa posição oficial buscava prevenir a disseminação de crenças não fundamentadas e proteger a fé dos católicos.
Quais são as implicações legais para Gisella Cardia?
Com a revelação do exame de DNA, Gisella Cardia passou a ser investigada pelo Ministério Público por suspeita de fraude. A advogada de Cardia, Solange Marchignoli, afirmou que esperava encontrar o DNA de sua cliente na estatueta, uma vez que ela frequentemente manipulava e beijava o objeto.