O avanço das pesquisas com grafeno tem proporcionado soluções inovadoras para desafios ambientais e industriais. Cientistas demonstraram que esse material pode ser fundamental para a recuperação de ouro presente em resíduos eletrônicos, sem recorrer a métodos tóxicos ou poluentes.
A descoberta promete transformar o cenário da mineração urbana e da reciclagem de metais preciosos, trazendo benefícios tanto para o meio ambiente quanto para a economia. O processo utiliza uma membrana de óxido de grafeno reduzido, capaz de atrair seletivamente o ouro dissolvido em soluções químicas obtidas a partir do processamento de equipamentos eletrônicos descartados.
Em poucos minutos, o grafeno retém quase todo o ouro, mesmo quando ele está presente em concentrações extremamente baixas. Essa técnica inovadora elimina a necessidade de mercúrio ou cianeto, substâncias tradicionalmente usadas e conhecidas pelo alto potencial de contaminação ambiental.
Como o grafeno recupera ouro do lixo eletrônico?
A recuperação de ouro com grafeno começa com a trituração dos resíduos eletrônicos, como placas de circuito e componentes antigos. O material triturado é dissolvido em uma solução química, liberando os metais presentes. Em seguida, uma pequena quantidade de grafeno é adicionada à solução.
Graças às suas propriedades eletroquímicas, o grafeno atrai e captura seletivamente os íons de ouro, deixando outros metais para trás. Após a captura, o ouro pode ser separado do grafeno por meio de processos térmicos simples, resultando em ouro puro e pronto para reutilização.
Segundo estudos recentes, 1 grama de grafeno é suficiente para recuperar mais de 95% do ouro presente em uma amostra de lixo eletrônico. Essa eficiência, aliada à rapidez do processo, destaca o potencial do grafeno como alternativa sustentável para a mineração de metais preciosos.
Quais são os impactos ambientais e econômicos dessa tecnologia?
O descarte inadequado de eletrônicos é um dos grandes desafios ambientais da atualidade. Estima-se que, em 2022, o mundo tenha gerado mais de 59 milhões de toneladas de lixo eletrônico, com apenas uma pequena fração reciclada corretamente.