Localizada entre a Austrália e Papua Nova Guiné, a ilha de Bougainville é um território de rica diversidade cultural e histórica. Com uma população de aproximadamente 300.000 habitantes, a ilha tem sido palco de intensas disputas políticas e sociais ao longo das décadas.
A história de Bougainville é marcada por uma luta contínua pela independência, impulsionada por uma série de eventos que culminaram em um referendo decisivo em 2019. Originalmente sob domínio alemão, Bougainville foi anexada pela Austrália após a Segunda Guerra Mundial.
Quando Papua Nova Guiné (PNG) conquistou sua independência em 1975, Bougainville foi incorporada ao novo país, apesar dos desejos de autonomia de seus habitantes.
A descoberta de vastas reservas de cobre na ilha atraiu o interesse de grandes corporações, resultando na criação da Bougainville Copper Limited (BCL) pela Rio Tinto, uma das maiores empresas de mineração do mundo.
Como a mineração impactou Bougainville?
A instalação da mina de Panguna, no coração de Bougainville, trouxe consigo profundas transformações sociais e ambientais. A mina, que se tornou uma das mais lucrativas do mundo, alterou drasticamente a vida dos habitantes locais.
A degradação ambiental e a exploração dos recursos naturais geraram tensões crescentes entre a população e as autoridades da PNG, apoiadas pela Austrália e pela BCL.
Os efeitos negativos da mineração levaram ao surgimento de movimentos de resistência. Liderados por Francis Ona, um ex-trabalhador da mina, os habitantes de Bougainville começaram a organizar atos de sabotagem contra a BCL.
A situação escalou para um conflito armado, conhecido como a guerra de Bougainville, que se estendeu por mais de uma década. Ele resultou em uma das maiores crises humanitárias da Oceania desde a Segunda Guerra Mundial.
Quais são os principais minerais explorados na mina?
Abandonada há décadas, a mina continua a impactar a vida dos habitantes locais, que vivem em condições precárias enquanto tentam extrair o que resta de ouro e cobre. Estima-se que o valor destes minerais cheguem a 58 bilhões de dólares.
A ilha deve se tornar um país independente em 2027, podendo mudar o nome para Salomão do Norte. Caso a mina seja reativada, o país teria o maior PIB per capita do mundo.