Um dos maiores ícones da música brasileira, Almir Sater engloba o termo sertanejo em diversas esferas. O músico originário de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, é um prolífico violeiro e sinônimo de música raiz, transitando entre o sertanejo, o folk, o blues e a MPB com tremenda versatilidade.
Embora fosse apaixonado pela música desde a infância, foi ao Rio de Janeiro cursar Direito. Em uma de suas idas à faculdade, passou pelo o Largo do Machado e encontrou uma dupla tocando viola caipira. O encontro foi suficiente para Almir Sater largar tudo e voltar a Campo Grande para investir na música.
Formou sua primeira dupla, Lupe e Lampião, ao lado de um amigo. A união não durou e o músico decidiu se dedicar ao estudo da viola caipira, tendo Tião Carreiro como mestre. Mudou-se para São Paulo com pouco mais de 20 anos e tocou como músico de apoio.
Em 1981, gravou seu primeiro disco, Estradeiro, com participações de Tetê Espíndola, Alzira Espíndola e Paulo Simões. O álbum fez relativo sucesso e Almir Sater integrou o movimento Geração Prata da Casa, responsável por unir os maiores talentos mato-grossenses.
Seguiu com seus lançamentos, tendo ainda Doma, Instrumental, Cria e Rasta Bonito na década de 1980. Realizou uma comitiva, ao lado do parceiro Paulo Simões, do violinista Zé Gomes, do jornalista, crítico e pesquisador Zuza Homem de Mello e do fotógrafo Raimundo Alves Filho, para explorar o Pantanal.
Participou do Free Jazz Festival, em 1989, e, no mesmo ano, se apresentou em Nashville, cidade dos Estados Unidos considerada o grande berço do country. Durante sua viagem, gravou com Eric Silver, unindo a viola caipira com o banjo norte-americano.
Almir Sater participou de novelas
À medida que seu sucesso crescia, Almir Sater expandiu ainda mais suas participações. O músico interpretou personagens em Pantanal (1990), A História de Ana Raio e Zé Trovão (1991), O Rei do Gado (1996), sendo os dois primeiros da TV Manchete e o último da Rede Globo.
Foi durante tal década que lançou seu maior sucesso, Tocando Em Frente. A canção foi composta em parceria com Renato Teixeira e gravada inicialmente por Maria Bethânia. A música resultou em um dos três prêmios Sharp vencidos por Almir Sater.
Desde a virada do século, Sater lançou quatro álbuns de estúdio: 7 Sinais, AR (com Renato Teixeira), + AR (com Renato Teixeira) e Do Amanhã Nada Sei, sendo este de 2022.