A relação entre celebridades e casas de apostas online no Brasil tem se tornado um tema cada vez mais polêmico, alimentado por investigações policiais e intensos debates na sociedade. Nomes como Deolane Bezerra já chegaram a ser presos, enquanto o cantor Gusttavo Lima foi indiciado, tudo isso em meio ao avanço das investigações sobre as chamadas “bets”. A discussão ganhou ainda mais repercussão após os depoimentos de influenciadores como Virginia Fonseca e Rico Melquiades na CPI das Bets, no Senado Federal.
Na esteira dessa controvérsia, o empresário e marido da cantora Simone Mendes revelou que ela recusou uma proposta que envolvia dezenas de milhões de reais para ser garota-propaganda de uma bet.
A recusa de Simone, assim como a de outros famosos, traz à tona não só as questões legais e éticas envolvendo as apostas online, mas também o debate sobre os impactos sociais desses serviços, como o aumento do número de pessoas viciadas em jogos e os reflexos no sistema de saúde pública.
A seguir, veja os casos de artistas que decidiram não associar suas imagens às casas de apostas, mesmo diante de propostas milionárias.
Simone Mendes
De acordo com Kiko Diniz, empresário e marido da cantora Simone Mendes, a sertaneja foi procurada por uma casa de apostas online com uma proposta milionária, mas sequer quis abrir uma negociação. Durante entrevista ao podcast Café com Ferri, ele revelou que a proposta era de R$ 64 milhões, pagos ao longo de dois anos.
“Ela se recusou até a sentar para ouvir a proposta. Deixou claro que é contra as bets e não quis nem iniciar a conversa. Simone é uma pessoa verdadeira. Não nos associamos a marcas que não tenham alinhamento com os princípios dela. Recusamos R$ 64 milhões em propostas de casas de apostas. Por quê? Nem eu nem Simone utilizamos esse tipo de serviço. Somos completamente contra esse universo”, afirmou Kiko, acrescentando ainda que considera o dinheiro oferecido como “amaldiçoado”.
A decisão de Simone evidencia uma postura clara de rejeição a esse mercado, mesmo em um momento de grande visibilidade para o setor e oportunidades de negócios altamente lucrativas.
Lucas Lima
O músico Lucas Lima também se posicionou de maneira firme contra propostas para divulgar casas de apostas. Por meio de suas redes sociais, ele compartilhou o print de uma mensagem recebida, na qual uma bet fazia uma oferta para que ele participasse de uma campanha publicitária.
Ainda em maio, o ex-marido da cantora Sandy comentou com seus seguidores sobre o episódio, destacando que certas coisas são inegociáveis para ele: “Tem coisas que são inegociáveis”, escreveu Lucas, referindo-se à sua recusa em aceitar a proposta.
Sua atitude reforça a posição de artistas que, mesmo podendo lucrar valores expressivos, preferem manter-se afastados desse tipo de publicidade, alegando valores pessoais e responsabilidade social.
Padre Fábio de Melo
Figura muito conhecida e influente nas redes sociais, o Padre Fábio de Melo também rejeitou propostas para promover casas de apostas e não escondeu sua preocupação com os riscos envolvidos nesses serviços. Em suas publicações, ele fez alertas a seus seguidores, destacando especialmente o papel dos famosos nesse contexto e o impacto que podem causar ao associar sua imagem a esse mercado.
“Proteja-se. Proteja os que você ama. Está mais grave do que podemos imaginar. Sabe aquela pessoa que faz propaganda de joguinhos no celular? Pois é! Ela não joga. Apenas simula que está jogando, pois foi orientada a fazer assim. Ela está sendo paga para divulgar. Sabe de onde vem o dinheiro que ela recebe? Do que você perde”, escreveu o padre.
Além do alerta, Fábio de Melo reforçou sua negativa em participar de qualquer campanha vinculada a apostas, reforçando um discurso que visa a conscientização do público e a crítica direta ao funcionamento desse mercado.
Padre Patrick
Outro nome religioso de destaque nas redes sociais, Padre Patrick também se manifestou de forma contundente contra as casas de apostas. O sacerdote participou, inclusive, da CPI das Bets, no Senado, como convidado. Em sua fala, ele explicou que sua presença tinha o propósito de atuar como uma “voz profética” de denúncia contra o setor.
“Eu estou indo lá para falar mal das Bets, entendeu?! Eu acho que se existem pessoas que estão perdendo a sua dignidade por conta de jogo, viciadas e tomadas, a Igreja tem a obrigação de se manifestar em relação a isso. E eu estou recebendo críticas por ir lá. Eu acho isso um cúmulo, é um absurdo pensar dessa forma, eu posso ser naquele lugar uma voz profética, eu estou indo lá para denunciar jogos”, declarou o padre.
Ele também revelou que, apesar de ser frequentemente associado ao universo das apostas devido à sua popularidade – ele soma quase 7 milhões de seguidores no Instagram –, nunca recebeu qualquer valor por esse tipo de publicidade:
“Muita gente que acha que eu estou envolvido com jogo e eu nunca recebi nenhum centavo. Já recebi várias propostas, eu poderia estar milionário, se eu quisesse. Mas eu sempre tive na minha consciência que eu não poderia me envolver com jogo, não simplesmente porque eu sou padre, mas porque eu sou cristão, seria um erro da minha parte porque isso é contrário ao evangelho”, completou.