A erosão costeira é um fenômeno que afeta diversas regiões ao redor do mundo, e o litoral do Ceará não é exceção. Estudos recentes indicam que o avanço do mar tem causado sérios danos à natureza e às infraestruturas locais, impactando negativamente a economia regional.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade Estadual do Ceará, entre 1984 e 2020, o litoral do estado perdeu cerca de 110 metros de faixa de areia. Esse fenômeno tem gerado preocupações entre moradores e comerciantes, que enfrentam problemas como desabamento de muros e rachaduras em imóveis.
A Praia do Icaraí, em Caucaia, é uma das áreas mais afetadas, onde medidas como a instalação de bagwalls e espigões foram implementadas para conter o avanço do mar.
Quais são as principais causas da erosão costeira no Ceará?
A erosão costeira no Ceará é influenciada por diversos fatores naturais e antrópicos. O professor Jeivah Meireles, da Universidade Federal do Ceará, explica que a dinâmica das ondas e a ação dos ventos alísios são responsáveis pelo movimento constante dos sedimentos ao longo da costa. Quando a reposição natural de areia não ocorre, a erosão se intensifica.
Além disso, a ocupação urbana desordenada e a remoção de areia para construções comprometem a reposição natural dos sedimentos. A interferência em rios e barragens também reduz a quantidade de sedimentos que chegam às praias.
Por fim, a crise climática e o aumento do nível do mar agravam ainda mais o problema, conforme relatado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
Como a erosão costeira afeta o litoral cearense?
A erosão costeira tem impactos significativos em toda a extensão litorânea do Ceará. As mudanças na configuração das praias afetam seu uso para recreação e turismo, além de ameaçar as comunidades costeiras.
Intervenções de engenharia, como muros e espigões, são frequentemente utilizadas para conter a erosão, mas podem intensificar o poder destrutivo das ondas em áreas não protegidas.