O Brasil possui uma das maiores reservas de terras raras do mundo, mas a exploração desses recursos continua em fases iniciais. As terras raras são elementos químicos essenciais em diversas tecnologias modernas.
Estima-se que as reservas brasileiras alcancem 3,5 bilhões de toneladas, o que representa um potencial significativo para o país no mercado global. Atualmente, a China domina a produção mundial de terras raras, controlando cerca de 95% do mercado.
No entanto, o Brasil, com suas vastas reservas, tem a oportunidade de se tornar um importante player nesse setor. Instituições como a Fundação Certi, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e o Centro de Tecnologia Mineral (Cetem) estão se mobilizando para apoiar a iniciativa privada na exploração desses recursos.
O Que São Terras Raras?
As terras raras são um grupo de 17 elementos químicos que compartilham propriedades semelhantes, mas diferem no número de elétrons em suas camadas externas. Esses elementos incluem lantânio, neodímio, cério, entre outros.
Apesar do nome, não são tão raros quanto metais preciosos como o ouro, mas sua extração e processamento são complexos e custosos. Esses elementos são fundamentais para a fabricação de produtos de alta tecnologia.
Por exemplo, o neodímio é usado em superimãs, que são componentes críticos em motores elétricos compactos e eficientes. Além disso, o lantânio é utilizado na produção de gasolina, enquanto outros elementos são empregados em LEDs e lasers.
Por Que o Brasil Ainda Não Explora Suas Reservas de Terras Raras?
Historicamente, a competição com a China, que oferece preços baixos, desestimulou investimentos no setor brasileiro. No entanto, o aumento dos preços internacionais pode tornar a exploração economicamente viável.
O diretor do IPT, Fernando Landgraf, destaca que as tecnologias para mineração e processamento já são dominadas no Brasil. O desafio agora é desenvolver a produção em escala industrial e enfrentar possíveis práticas de dumping por parte da China. O apoio governamental e o investimento em pesquisa e desenvolvimento são cruciais para o Brasil entrar nesse mercado competitivo.