A Siemens, gigante da indústria de tecnologia e automação, anunciou nesta terça-feira (18/03) a demissão de cerca de 6 mil funcionários em todo o mundo, sendo 2.850 apenas na Alemanha. A medida faz parte de um ajuste estrutural da empresa, que busca se concentrar nos mercados asiático e americano.
Motivos para os Cortes
A decisão está atrelada à queda na demanda na divisão de Indústrias Digitais (DI), que encolheu 8% no último ano fiscal. Os pedidos também diminuíram cerca de 10%, impactando diretamente a produção e a utilização das capacidades da empresa. Além disso, o setor de carregamento de veículos elétricos será afetado, com a perda de 450 postos de trabalho.
Apesar das demissões, a Siemens assegura que a empresa continua com resultados financeiros sólidos. No primeiro trimestre de 2024, registrou um lucro de 2,1 bilhões de euros (aproximadamente R$ 13 bilhões). A companhia também destaca que pretende manter seu número total de funcionários na Alemanha estável, promovendo novas contratações em setores em expansão.
Reação dos Trabalhadores
O Conselho Geral de Trabalhadores da Siemens expressou surpresa e insatisfação com a medida, alegando que a empresa deveria investir mais em desenvolvimento e treinamento, em vez de cortar pessoal. Sindicatos também criticaram a decisão, afirmando que a transição deve ser feita com mudanças positivas e não por meio de demissões.
A Siemens não está sozinha nessa tendência. Grandes empresas alemãs, como Audi, Volkswagen, Porsche e Bosch, também anunciaram cortes de milhares de empregos recentemente. A crise no setor automobilístico e a pressão da concorrência asiática estão entre os principais fatores que impulsionam essas demissões em massa, afetando significativamente a indústria alemã.