Em 1980, o renomado jogador de futebol Sócrates Brasileiro, conhecido por sua habilidade em campo e participação na Democracia Corintiana, surpreendeu a muitos ao lançar um disco de música sertaneja. Este projeto, intitulado Casa de Caboclo, não tinha como objetivo principal catapultar Sócrates ao estrelato musical, mas sim contribuir para a valorização da música caipira, frequentemente subestimada na época.
O álbum foi uma tentativa de quebrar preconceitos e contou com uma tiragem de 50 mil cópias, rapidamente esgotadas. Sócrates, que cresceu em Ribeirão Preto, um dos berços da música caipira, gravou clássicos como “Carro de Boi”, “Cabocla Tereza” e “Boiadeiro Errante”. Apesar de sua carreira musical ter sido breve, o impacto cultural do disco ainda ressoa entre os apreciadores do gênero.
Qual foi o impacto cultural do disco Casa de Caboclo?
O lançamento de Casa de Caboclo por Sócrates foi um marco na tentativa de legitimar a música sertaneja como uma forma de arte respeitável. Naquela época, a música caipira era frequentemente vista com desdém por certos segmentos da sociedade. Ao se envolver com o projeto, Sócrates trouxe uma nova perspectiva, mostrando que a música sertaneja poderia ser apreciada por pessoas de diferentes origens e status social.
Embora o disco não tenha alcançado grande sucesso comercial, ele se tornou um item de colecionador e um símbolo de resistência cultural. A iniciativa de Sócrates ajudou a abrir caminho para uma maior aceitação do gênero, que hoje é um dos mais populares no Brasil. A influência do álbum é reconhecida por músicos e críticos que valorizam a diversidade cultural e a história da música brasileira.

Por que Sócrates escolheu a música sertaneja?
A escolha de Sócrates pela música sertaneja não foi aleatória. Crescido em Ribeirão Preto, ele teve contato direto com a cultura caipira desde jovem. Essa vivência despertou nele um carinho especial pelo gênero, que ele via como uma representação autêntica da vida no interior do Brasil. Além disso, Sócrates sempre foi conhecido por seu espírito contestador e sua vontade de desafiar normas estabelecidas, características que se refletiram em sua decisão de gravar um disco sertanejo.
Ao optar por gravar Casa de Caboclo, Sócrates não apenas expressou seu apreço pessoal pela música caipira, mas também fez uma declaração cultural. Ele usou sua popularidade para chamar a atenção para um gênero que, na época, não recebia o devido reconhecimento. Assim, o projeto foi mais do que uma simples incursão musical; foi um ato de afirmação cultural.
Como o legado de Sócrates na música sertaneja é visto hoje?
Hoje, o legado de Sócrates na música sertaneja é visto como uma curiosidade histórica e um exemplo de como a música pode ser uma ferramenta poderosa para a mudança social. Seu disco, embora não tenha sido um sucesso de vendas, continua a ser uma referência para aqueles que estudam a evolução da música sertaneja no Brasil.
Além disso, a iniciativa de Sócrates é frequentemente citada em discussões sobre a interseção entre cultura popular e esportes, mostrando como figuras públicas podem influenciar positivamente a percepção de diferentes formas de arte. O respeito que Sócrates tinha pela música caipira e sua disposição para defendê-la continuam a inspirar novos artistas e fãs do gênero.