As invasões holandesas no Brasil, ocorridas no século XVII, representaram um dos maiores conflitos políticos e militares da colônia. Essas invasões, lideradas pela Companhia Holandesa das Índias Ocidentais (W.I.C.), foram motivadas pelo desejo de controlar a lucrativa produção de açúcar e a obtenção de escravos, essenciais para a manutenção da economia colonial.
A Primeira Invasão: Salvador em 1624
A primeira grande ofensiva holandesa ocorreu em 1624, quando os neerlandeses, cientes da vulnerabilidade das povoações portuguesas no Nordeste, atacaram a cidade de Salvador, que era a capital do Estado do Brasil. Sob o comando do almirante Jacob Willekens, a expedição, composta por 26 navios e cerca de 1.700 homens, invadiu e conquistou a cidade.
A população local fugiu para o interior, e o governador-geral português, Diogo de Mendonça Furtado, foi capturado, juntamente com outros oficiais, e enviado para os Países Baixos. A administração de Salvador foi assumida pelos holandeses, com Johan van Dorth à frente.
Essa invasão, no entanto, não foi duradoura. Quatro anos depois, em um audacioso ataque no Caribe, o almirante Piet Heyn, a serviço da W.I.C., saqueou uma frota espanhola que transportava prata das colônias, recuperando os gastos com a invasão.
A Conquista de Recife e Olinda em 1630
Em 1630, com os recursos obtidos no saque à frota espanhola, os holandeses lançaram uma nova expedição, agora focada em Pernambuco, a mais rica das possessões portuguesas.
Sob o comando do almirante Hendrick Lonck, os invasores conquistaram Olinda e Recife, duas cidades-chave na produção de açúcar. Essa vitória marcou o início de uma série de conflitos no Nordeste, que continuaram até 1661, quando a Holanda finalmente reconheceu a soberania portuguesa na região.