Recentemente, uma equipe de pesquisadores da Itália e da Escócia afirmou ter identificado uma vasta rede de estruturas subterrâneas sob o planalto de Gizé, no Egito. Essa descoberta, que teria sido feita utilizando técnicas de radar de alta frequência, sugere a existência de formações a quase dois mil metros de profundidade, estendendo-se por toda a base das pirâmides.
As imagens obtidas revelariam oito pilares enterrados sob a Pirâmide de Quéfren, além de poços cilíndricos conectados a câmaras cúbicas. A dimensão total dessas estruturas seria cerca de dez vezes maior do que as próprias pirâmides, com múltiplos níveis e túneis interligados. Os pesquisadores sugerem que o local poderia estar relacionado às míticas “Salas de Amenti”, descritas na tradição egípcia.
O Que Dizem os Especialistas?
A alegação de estruturas subterrâneas sob as pirâmides gerou grande repercussão, mas também ceticismo entre especialistas. O egiptólogo Zahi Hawass, ex-ministro de antiguidades do Egito, criticou a metodologia usada, afirmando que as técnicas de radar empregadas não são reconhecidas cientificamente. Segundo ele, as declarações carecem de base científica sólida.
Outro especialista, Lawrence Conyers, da Universidade do Arizona, também expressou dúvidas sobre a capacidade dos equipamentos atuais de produzir imagens confiáveis a tais profundidades. No entanto, ele não descarta completamente a possibilidade de câmaras menores existirem sob a área, dada a importância histórica do local.
Qual é o Status Científico da Pesquisa?
O estudo que embasa a descoberta ainda não passou por revisão por pares, um processo essencial para a validação científica. Além disso, a interpretação proposta pelos autores se afasta das explicações convencionais, sugerindo que as pirâmides poderiam ter sido construídas como câmaras de ressonância gigantes. Essa hipótese, embora intrigante, não é respaldada por pesquisas arqueológicas consolidadas.
Por Que a Descoberta Gera Controvérsia?
A controvérsia em torno da descoberta se deve, em parte, à ausência de escavações controladas que poderiam confirmar a existência das estruturas. A falta de validação externa e a apresentação dos dados fora de publicações especializadas também contribuíram para o ceticismo.