Um fenômeno recente observado por satélites tem surpreendido a comunidade científica: a camada de gelo marinho da Antártida voltou a crescer. A informação foi divulgada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com base em imagens do satélite norte-americano DMSP, operado pela Nasa. Após registrar em fevereiro de 2023 a menor extensão de gelo desde o início das medições, a região antártica apresentou uma recuperação significativa.
Em setembro de 2023, a camada de gelo marinho na Antártida atingiu 16,94 milhões de quilômetros quadrados. O dado representa um crescimento de 1 milhão de quilômetros quadrados em comparação com o mesmo mês no ano anterior, o que chama atenção dos especialistas.
O gelo marinho da Antártida tem uma característica distinta: ele se forma e derrete completamente em ciclos anuais. Durante o inverno, a água do mar congela ao redor do continente, e no verão esse gelo derrete quase por completo. Esses ciclos sazonais são monitorados há décadas por meio de imagens de satélite.
Gelo cresceu após recorde negativo
No início de 2023, o continente antártico registrou sua menor extensão de gelo desde que os satélites começaram a registrar esses dados, há mais de 40 anos. O mês de fevereiro daquele ano marcou esse recorde negativo.
No entanto, a partir de então, os dados começaram a indicar uma recuperação, culminando no pico observado em setembro. Apesar disso, ainda é cedo para afirmar se esse aumento será mantido nos próximos ciclos.
Segundo os cientistas, os dados são importantes para entender o comportamento do gelo no continente e suas variações ao longo do tempo. O Inpe acompanha regularmente essas mudanças, utilizando a série histórica iniciada na década de 1970. O acompanhamento contínuo é essencial para avaliar tendências e possíveis impactos climáticos.
O crescimento atual do gelo, embora significativo, será analisado com cautela pelos especialistas, que buscam entender melhor os fatores que contribuíram para essa reviravolta no padrão recente.