Em um marco significativo para a indústria de energia, a China concluiu a perfuração de um poço de 10.910 metros de profundidade na Bacia de Tarim, localizada na região de Xinjiang. Este feito não apenas destaca a capacidade tecnológica do país, mas também abre novas oportunidades para a exploração de petróleo e gás, além de contribuir para o estudo das camadas mais profundas da Terra.
Conhecido como Shenditake 1, este poço é o mais profundo da Ásia e um dos mais profundos do mundo, resultado de mais de 580 dias de trabalho em condições extremas. A perfuração enfrentou desafios significativos, incluindo temperaturas superiores a 210 °C e pressões acima de 145 MPa, exigindo soluções de engenharia de ponta.
Quais foram os desafios enfrentados na perfuração do poço Shenditake 1?
Localizado no deserto de Taklamakan, um dos ambientes mais inóspitos do mundo, o projeto Shenditake 1 exigiu inovações tecnológicas significativas. A perfuração atravessou 12 camadas geológicas, algumas com mais de 500 milhões de anos. A China National Petroleum Corporation (CNPC) liderou a operação, utilizando a primeira plataforma de perfuração automatizada capaz de atingir profundidades superiores a 12 mil metros.
Para lidar com as condições severas de calor, pressão e abrasividade, foram desenvolvidas ferramentas especiais. Além disso, fluídos especiais foram usados para evitar colapsos internos, e os tubos de revestimento passaram por tratamentos térmicos e de resistência à corrosão.
Qual é a importância científica e energética do poço Shenditake 1?
Embora o objetivo principal seja a exploração de petróleo e gás, o poço Shenditake 1 tem um valor científico significativo. Ele permite o estudo de camadas geológicas que geralmente só são acessíveis por perfurações oceânicas ou em locais geologicamente raros. A Bacia de Tarim é uma região rica em recursos, contendo mais de 80% do petróleo profundo da China e cerca de 64% do gás natural em profundidades superiores a 6 mil metros.