A revista norte-americana Rolling Stone publicou uma lista com os 250 maiores guitarristas e violonistas de todos os tempos, reunindo nomes consagrados da música mundial. Entre os homenageados, dois artistas brasileiros ganharam destaque: João Gilberto, ícone da bossa nova, e Rosinha de Valença, violonista que marcou a música brasileira com seu estilo único e inovador.
Rosinha foi posicionada na 162ª colocação, sendo uma das poucas mulheres da lista e a única violonista brasileira mencionada ao lado de João Gilberto, que aparece na 142ª posição. A presença de ambos reforça a importância da música brasileira e do violão nacional na cena global, especialmente nas influências da bossa nova e da MPB.
Rosinha de Valença: um talento que transcendeu fronteiras
Nascida em Valença, no estado do Rio de Janeiro, Maria Rosa Canellas adotou o nome artístico Rosinha de Valença e conquistou espaço na música ainda jovem. Começou a tocar violão de forma autodidata aos 12 anos e rapidamente demonstrou habilidade e sensibilidade raras. Seu primeiro álbum solo foi lançado em 1963 e levou seu nome ao exterior.
Ao longo de sua carreira, Rosinha gravou com grandes artistas brasileiros e também se apresentou em palcos internacionais. Colaborou com nomes como Martinho da Vila, Maria Bethânia e Sérgio Mendes. Seu trabalho levou o violão brasileiro a plateias nos Estados Unidos, na Europa e no Japão, sempre destacando sua sonoridade delicada e técnica apurada.
Um legado que segue vivo
Mesmo após sua morte, Rosinha segue sendo lembrada e reverenciada como uma das maiores instrumentistas do país. Ela entrou em coma em 1992, após sofrer um infarto que causou uma lesão cerebral, e permaneceu assim por 12 anos, até falecer em 2004. Nesse período, amigos e artistas continuaram promovendo sua obra e mantendo viva a memória de sua contribuição à música.
Rosinha de Valença deixou 14 discos gravados e um legado de sensibilidade e talento que atravessa gerações. O último álbum da artista, “Namorando a Rosa”, foi lançado no ano de sua morte e reúne faixas que refletem sua identidade musical. Sua inclusão na lista da Rolling Stone não é apenas um reconhecimento póstumo, mas também uma reafirmação do seu papel fundamental na história do violão.
A homenagem internacional coloca Rosinha em um patamar de destaque, ao lado de lendas como Jimi Hendrix, Eric Clapton e B.B. King. Para os brasileiros, é uma oportunidade de revisitar sua obra e valorizar ainda mais o que ela representou: a fusão entre técnica, emoção e brasilidade em cada acorde.