O debate sobre os modelos de negócios das plataformas de streaming de música ganhou destaque recentemente, especialmente após declarações de executivos do setor. O principal executivo da Apple Music, Oliver Schusser, levantou questões sobre a oferta de música gratuita em serviços concorrentes, argumentando que tal prática desvaloriza o trabalho artístico dos músicos.
O cenário atual é marcado por tensões entre gravadoras, plataformas digitais e profissionais da música, principalmente em relação à remuneração justa e à sustentabilidade financeira do setor.
Nos últimos anos, o mercado de streaming de música passou por mudanças significativas, com a introdução de novos pacotes e estratégias de assinatura. Enquanto algumas plataformas mantêm opções gratuitas para atrair usuários, outras, como a Apple Music, optam por não oferecer esse tipo de serviço, defendendo que a música deve ser tratada como arte e, portanto, valorizada financeiramente.
Como a oferta de música gratuita afeta a indústria musical?
A presença de planos gratuitos em plataformas de streaming tem sido motivo de debate entre profissionais do setor. Para muitos, disponibilizar músicas sem custo para o consumidor pode diminuir o valor percebido da obra musical, afetando a remuneração dos criadores.
Segundo representantes de associações de compositores, os royalties pagos por execução são frequentemente baixos, e a introdução de pacotes que combinam música com outros produtos, como audiolivros, tem agravado essa situação.
Dados recentes apresentados por entidades do setor indicam que a receita proveniente de royalties sofreu quedas expressivas após o lançamento desses pacotes. Por exemplo, desde que a Amazon Music passou a oferecer assinaturas combinadas, observou-se uma redução de 40% na receita de música da plataforma nos primeiros meses.
Já o Spotify, que também adotou esse modelo, foi apontado como responsável por perdas superiores a 230 milhões de dólares em royalties no último ano.
Quais são os argumentos das plataformas que não oferecem planos gratuitos?
Empresas como a Apple Music defendem que a ausência de um serviço gratuito contribui para a valorização da música como expressão artística. O argumento central é que, assim como ocorre com outros tipos de conteúdo, o acesso à música deve ser condicionado ao pagamento de uma assinatura.