O show de Ana Castela em Barretos, na noite deste sábado, 17 de agosto, foi com o espaço abarrotado. Mais cheio do que ficou em toda a sexta-feira, quando os artistas Simone Mendes, Bruno e Marrone e Maiara e Maraisa se apresentaram na maior festa do peão do país, no interior de São Paulo.
Aos 20 anos, “A Boiadeira”, como é conhecida, é artista mais ouvida no Spotify no Brasil e o rosto da mais recente inovação do sertanejo, com uma carreira repleta de feitos apesar do pouco tempo.
“Que alegria poder estar de volta, agora sem chorar na frente de tanta gente”, disse ela, relembrando quando esteve no evento no ano passado e caiu em lágrimas depois de não conseguir atingir o tom de uma música.
Foi com seu primeiro sucesso, “Pipoco”, que ela começou a apresentação. Um funk com MC Melody na gravação, o hit se transformou em um sertanejo balançado no palco, em que os agudos da caixa da bateria relembravam o forró eletrônico nordestino e ao piseiro.
Ana Castela despontou quebrando uma certa caretice e tradicionalismo da música sertanejo. Ao invés de sofrências melodramáticas sobre infidelidade regadas a álcool, a artista canta sobre paquera, sexo, desejo e conquista.
Em canções como “As Meninas da Pecuária”, “Bombonzinho”, “Palhaça”, “Roça em Mim”, “Canudinho” e “Alerta de Golpe”. Castela canta que quica no chão, e seu público, especialmente as mulheres, rebolam. Ela usa alguns códigos do funk, mesmo quando não utiliza as batidas do gênero.
Em seu repertório ela também inclui parcerias com os nomes renomados do sertanejo atual, como Luan Santana, Gusttavo Lima e Zé Neto e Cristiano, além de seu namorado, Gustavo Mioto, são as canções mais românticas e convencionais, ainda que muitas tenham feito um sucesso incontestável.
Ana Castela é uma estrela pop que está construindo sua estética a partir da música e da cultura caipira. No palco é acompanhada por dançarinas, gera fascínio nas crianças e tem um cavalo prateado gigante na cenografia.