Nos últimos anos, a atividade solar tem se intensificado, trazendo desafios significativos para a operação de satélites em órbita baixa. A rede de satélites Starlink, um projeto ambicioso de Elon Musk, tem enfrentado dificuldades devido a essas condições espaciais adversas.
As tempestades solares, que atingem seu pico entre 2024 e 2025, estão causando a queda prematura de satélites, representando um risco para áreas habitadas na Terra. Em agosto de 2024, um incidente no Canadá chamou a atenção para o problema.
Um fragmento de satélite Starlink, pesando 2,5 kg, caiu em uma fazenda, evidenciando a falha no processo de reentrada atmosférica. A SpaceX, responsável pela operação dos satélites, reconheceu que a peça fazia parte de um de seus dispositivos.
Como as Tempestades Solares Afetam os Satélites?
As tempestades solares são fenômenos naturais que liberam grandes quantidades de energia, incluindo radiação e partículas carregadas. Durante esses eventos, a atmosfera terrestre se aquece e se expande, aumentando a resistência para objetos em órbita baixa, como os satélites Starlink.
Essa resistência adicional acelera a queda dos satélites, reduzindo o tempo de reentrada e dificultando a queima completa dos fragmentos na atmosfera.
Normalmente, a reentrada de um satélite leva cerca de duas semanas, permitindo que a maioria dos componentes se desintegre. No entanto, com a atividade solar intensa, esse processo pode ser reduzido para menos de cinco dias, resultando em fragmentos que sobrevivem a reentrada e atingem o solo.
Quais São os Riscos para o Brasil?
O Brasil, com a expansão dos satélites Starlink na América Latina, está diretamente envolvido nesse cenário. A Anatel renovou a licença da SpaceX para operar no país, destacando os benefícios da conectividade em áreas remotas. No entanto, a falta de legislação clara sobre a responsabilidade em caso de queda de destroços espaciais levanta preocupações.
Embora a Convenção da ONU sobre Responsabilidade por Danos Causados por Objetos Espaciais obrigue o país de origem do satélite a indenizar eventuais vítimas, ainda não houve casos concretos julgados com base nesse tratado.