Com foco em inovação, sustentabilidade e redução de custos, a Petrobras inicia um novo capítulo em seus projetos de plataformas offshore. A estatal brasileira está reformulando o modelo de construção dos módulos topside das unidades P-84 e P-85, que terão como destino os campos de Atapu e Sépia, no pré-sal.
Paralelamente, avança também a montagem da plataforma P-83 na Ásia, voltada para fortalecer ainda mais a produção no campo de Búzios, uma das maiores reservas em águas profundas do planeta.
O objetivo da companhia com as novas unidades é otimizar o design das plataformas, adotando uma abordagem mais simplificada e eficiente, com estruturas mais leves e menor impacto ambiental. A mudança representa um passo estratégico importante dentro da visão da empresa de tornar sua produção mais competitiva e ao mesmo tempo alinhada com metas ambientais.
Redução de peso e alta eficiência nas novas FPSOs
A meta estabelecida pela Petrobras para as plataformas P-84 e P-85 é ambiciosa: reduzir o peso total das estruturas topside em até 20 mil toneladas, limitando-o a um máximo de 30 mil toneladas por unidade. Essa escolha pretende gerar uma significativa economia nos custos de construção e, ao mesmo tempo, elevar o desempenho operacional ao longo da vida útil das unidades.
A empresa Seatrium foi selecionada para executar os projetos, que envolvem a construção de unidades do tipo FPSO – navios especializados em produção, armazenamento e transferência de petróleo e gás.
As plataformas estão sendo projetadas para atuar em áreas ultraprofundas, a mais de 2 mil metros abaixo da superfície. Cada uma terá capacidade para produzir 225 mil barris de petróleo por dia e processar até 10 milhões de metros cúbicos de gás natural diariamente.
As obras de construção serão distribuídas entre estaleiros no Brasil, na China e em Singapura, respeitando as exigências de conteúdo local. A P-84 terá 20% de participação nacional, enquanto a P-85 contará com 25%.
Soluções tecnológicas para sustentabilidade e menor emissão
Além da simplificação estrutural, as novas unidades contarão com inovações tecnológicas voltadas para a redução da emissão de gases de efeito estufa. Entre os recursos incorporados estão:
- Sistema All Electric, que proporciona maior eficiência energética;
- Flare fechado, evitando a liberação direta de gás na atmosfera;
- Recuperação de calor por meio da tecnologia Waste Heat Recovery Unit;
- Captação profunda da água do mar, minimizando alterações térmicas no ambiente marinho;
- Zero ventilação de rotina, com reaproveitamento de gases processados e armazenados;
- Válvulas que reduzem emissões fugitivas;
- Sistema completo de captura, reaproveitamento e armazenamento geológico de CO₂ (CCUS).
Essas soluções devem permitir uma redução de até 30% na intensidade das emissões por barril produzido, consolidando as plataformas como algumas das mais eficientes do Brasil em termos ambientais.
Plataforma P-83 avança rumo ao campo de Búzios
Enquanto isso, a P-83 segue em construção no estaleiro Yantai CIMC Raffles, na Ásia. Seu destino é o campo de Búzios, na Bacia de Santos, cerca de 260 quilômetros distante da costa do Rio de Janeiro. Reconhecido como o maior campo de petróleo em águas profundas do planeta, Búzios ganhará com a chegada da P-83 sua 11ª unidade operacional.
Com capacidade semelhante às plataformas P-84 e P-85, a P-83 poderá produzir até 225 mil barris de petróleo por dia e processar 12 milhões de metros cúbicos de gás natural, reforçando significativamente o potencial de extração da área.
Com essas iniciativas, a Petrobras sinaliza claramente sua intenção de acelerar a transição para uma exploração mais eficiente, segura e alinhada às exigências ambientais do século 21.