A China está considerando a construção de uma usina nuclear na Lua para fornecer energia à Estação Internacional de Pesquisa Lunar (ILRS), um projeto em parceria com a Rússia. A proposta foi apresentada por um alto funcionário chinês durante uma coletiva de imprensa na quarta-feira, 23.
Plano de energia na Lua
O país asiático tem como objetivo se tornar uma potência espacial e enviar astronautas para a Lua até 2030. A missão Chang’e-8, uma das etapas desse grande projeto, pretende estabelecer as fundações para a construção de uma base lunar permanente tripulada.
Durante uma apresentação em Xangai, o engenheiro-chefe da missão de 2028, Pei Zhaoyu, compartilhou que, além da energia nuclear, a base lunar poderá contar com grandes conjuntos de painéis solares. Além disso, a infraestrutura da base incluiria tubulações e cabos para fornecer aquecimento e eletricidade na superfície lunar.
No ano passado, a agência espacial russa Roscosmos anunciou planos de construir um reator nuclear na Lua, em colaboração com a Administração Espacial Nacional da China (CNSA), com a previsão de que a unidade entre em operação até 2035, fornecendo energia para a ILRS.
Embora nunca tenha sido anunciada oficialmente, a inclusão da unidade de energia nuclear na apresentação do funcionário espacial chinês aos representantes da ILRS sugere que Pequim apoia essa ideia. A ILRS é composta por 17 países e organizações internacionais.
O cronograma da China para a construção de um posto avançado no polo sul da Lua se alinha com o programa Artemis da NASA, que também planeja levar astronautas à Lua em dezembro de 2025. O programa da NASA é considerado mais ambicioso e avançado em comparação com o projeto chinês.
A China continua a avançar com sua exploração lunar por meio das missões da sonda Chang’e. A sonda Chang’e 6, que recentemente realizou uma alunissagem no lado afastado da Lua, fez importantes descobertas e coletou amostras do solo lunar.
Wu Weiren, acadêmico da Academia Chinesa de Engenharia e designer-chefe do Projeto Chinês de Exploração Lunar, afirmou que até 2035 será construído um “modelo básico” da ILRS, com o polo sul da Lua como centro de operações.
As missões Chang’e estão diretamente relacionadas à construção desse modelo, e, futuramente, a China planeja expandir a colaboração internacional com o “Projeto 555”, que convidará 50 países e milhares de instituições científicas para fazerem parte da ILRS.