Cientistas identificaram que o eixo de rotação da Lua sofreu uma alteração de aproximadamente seis graus ao longo de bilhões de anos.
Essa descoberta foi possível graças à análise de dados da sonda Lunar Prospector, da NASA, que revelou depósitos de hidrogênio em regiões próximas aos polos lunares, indicando a presença de água congelada. Esses depósitos formam uma linha que atravessa o centro da Lua, sugerindo a posição anterior do eixo de rotação.
A principal hipótese para essa mudança aponta para uma anomalia térmica causada por intensa atividade vulcânica na região conhecida como Procellarum. Essa área, visível da Terra pelas suas manchas escuras, teria se tornado mais quente e menos densa devido ao vulcanismo, provocando um desequilíbrio na distribuição de massa da Lua e, consequentemente, a alteração em seu eixo de rotação.
Evidências e implicações
Os depósitos de hidrogênio encontrados nas antigas posições polares foram detectados por meio do espectrômetro de nêutrons da sonda Lunar Prospector. Esses depósitos, que indicam a presença de água congelada, permanecem em áreas que atualmente recebem luz solar, o que levanta questões sobre como o gelo conseguiu sobreviver nessas condições.
Uma das teorias sugere que o gelo pode ter sido protegido por camadas de detritos resultantes de impactos de asteroides.
Estudos anteriores já indicavam que a Lua poderia ter experimentado inclinações ainda maiores, de até 35 graus. Compreender essas mudanças é fundamental para entender a evolução geológica da Lua e os processos que influenciaram sua orientação ao longo do tempo.
A pesquisa destaca a importância de continuar investigando as alterações na densidade e estrutura interna da Lua para esclarecer os mecanismos por trás dessas mudanças em seu eixo de rotação.