Nos últimos anos, avanços significativos foram feitos na compreensão do núcleo interno da Terra, uma esfera sólida de metal situada no centro do nosso planeta. Pesquisadores têm investigado como essa camada interna se comporta e como suas características podem influenciar fenômenos terrestres.
Recentemente, cientistas descobriram que o núcleo interno não apenas gira, mas também passa por mudanças de forma ao longo do tempo. Essas descobertas foram possíveis graças ao estudo das ondas sísmicas geradas por terremotos, que fornecem pistas sobre o que ocorre nas profundezas da Terra.
Ao analisar dados sísmicos coletados ao longo de décadas, os cientistas conseguiram identificar alterações na rotação e na forma do núcleo interno, revelando um comportamento mais complexo do que se imaginava anteriormente.
Como as Ondas Sísmicas Revelam o Comportamento do Núcleo Interno?
O estudo do núcleo interno da Terra é um desafio devido à sua inacessibilidade. No entanto, as ondas sísmicas geradas por terremotos oferecem uma janela para o que acontece no interior do planeta. Existem dois tipos principais de ondas sísmicas: as ondas primárias (P) e as ondas de cisalhamento (S). As ondas P, em particular, são cruciais para entender o núcleo, por conseguirem atravessar tanto o núcleo externo líquido quanto o núcleo interno sólido.
Recentemente, cientistas analisaram mudanças na amplitude das ondas PKIKP, um tipo específico de onda P que atravessa o núcleo interno. Essas mudanças sugerem que o núcleo interno não é estático, mas sim sujeito a deformações. Essa deformação pode ser causada por interações com o núcleo externo líquido, que envolve o núcleo interno e pode influenciar sua forma e rotação.
O Que Significam as Mudanças na Rotação do Núcleo Interno?
Durante anos, acreditava-se que o núcleo interno girava mais rápido que a superfície da Terra. No entanto, estudos recentes indicam que essa rotação diminui desde 2010 e, atualmente, o núcleo interno pode estar girando em sentido contrário ao resto do planeta. Essa descoberta é significativa ao sugerir que o núcleo interno está sujeito a forças dinâmicas que ainda não são completamente compreendidas.