O aumento das temperaturas globais tem sido uma preocupação crescente para cientistas e ambientalistas em todo o mundo. Estudos recentes indicam que algumas regiões podem enfrentar condições de calor extremo, tornando-se potencialmente inabitáveis até 2070. Essa previsão alarmante foi destacada em uma pesquisa publicada na Science Advances em 2020, que mapeou eventos de calor severo entre 1979 e 2017.
O estudo revelou que, em certas ocasiões, a combinação de alta umidade e temperaturas elevadas impediu que o suor resfriasse o corpo humano, criando um risco significativo à saúde. Essa situação crítica foi posteriormente abordada por um blog da NASA em 2022, que incluiu o Brasil entre os países em risco, destacando a importância de medidas para mitigar o aquecimento global.
O que as Pesquisas Revelam sobre Calor Extremo?
O climatologista brasileiro Carlos Nobre, em entrevista à TV Brasil, ressaltou que há avanços significativos nas pesquisas sobre calor extremo. Ele destacou que os limites de temperatura estão mais detalhados, e o estudo da NASA é considerado crucial para entender o impacto do aquecimento global. Nobre enfatizou que não apenas o Brasil, mas também outras regiões tropicais e de latitudes médias, podem enfrentar condições inabitáveis se as temperaturas aumentarem em 4ºC ou mais acima dos níveis pré-industriais.
O Acordo de Paris, um esforço internacional para combater o aquecimento global, visa limitar o aumento da temperatura a menos de 2° C acima dos níveis pré-industriais. No entanto, se as emissões de gases de efeito estufa não forem controladas, as temperaturas podem subir até 8 ou 10º C até 2100, segundo Nobre.
Quais são as Consequências do Calor Intenso para a Saúde?
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) alerta que o calor intenso por períodos prolongados pode ter efeitos devastadores na saúde humana. A desidratação é uma preocupação significativa, mesmo quando as pessoas consomem líquidos, mas em quantidades insuficientes. Além disso, o calor extremo pode agravar doenças respiratórias, como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).