A aproximadamente 1.290 milhões de quilômetros da Terra, Titã, a maior lua de Saturno, apresenta características únicas que despertam o interesse científico. Com uma atmosfera densa e a presença de corpos líquidos estáveis, Titã é um dos poucos lugares além da Terra onde rios, embora de metano, foram identificados. Recentemente, um estudo revelou que os ventos em Titã podem mover rochas, uma descoberta que pode ser crucial na busca por vida extraterrestre.
Imagens capturadas pela sonda Huygens, parte da missão Cassini, mostraram que a superfície de Titã é moldada por ventos e chuvas de hidrocarbonetos. A atmosfera de Titã, composta por metano, etano e outros compostos orgânicos, gira mais rapidamente que sua superfície, criando condições únicas para a formação de dunas e planícies rochosas. Um estudo do Instituto SETI sugere que os ventos podem rolar cascalho e pequenas pedras, oferecendo novas perspectivas sobre a geologia da lua.
Como os Ventos de Titã Movem Rochas?
O estudo do Instituto SETI propõe que os ventos em Titã são capazes de mover rochas devido a três fatores principais: baixa gravidade, atmosfera densa e a composição das rochas. A gravidade em Titã é apenas 14% da terrestre, o que facilita a movimentação de objetos grandes. Além disso, a atmosfera é quatro vezes mais densa que a da Terra, aumentando o impacto do vento. As rochas, compostas por gelo de água, são menos densas que as rochas de silicato terrestres, tornando-as mais fáceis de serem deslocadas.
Imagens de radar da missão Cassini revelaram veios alongados na superfície de Titã, que podem se estender por centenas de quilômetros. Essas faixas, alinhadas com padrões de vento conhecidos, são candidatas a campos de rochas laminadas pelo vento. Os pesquisadores realizaram análises matemáticas para entender como esses fatores contribuem para o movimento das rochas, sugerindo que o vento pode carregar pedras de até meio metro de diâmetro.