Dom Pedro II, conhecido por sua inteligência e curiosidade, tinha um hábito incomum para um monarca: não carregava dinheiro nos bolsos. Naquela época, portar dinheiro era visto como algo comum entre as classes mais baixas, enquanto a nobreza se valia de serviçais e acordos pré-arranjados para pagar despesas. Esse costume, no entanto, o colocou em uma situação inusitada durante sua viagem aos Estados Unidos.
Uma Viagem Histórica pelo Mundo
Entre 1876 e 1877, Dom Pedro II realizou uma das viagens mais famosas de sua vida. Ele percorreu diversos países, incluindo os Estados Unidos, Canadá, Rússia, Oriente Médio, Europa e norte da África.
O imperador brasileiro não era apenas um visitante comum; ele registrava meticulosamente tudo o que via, anotando detalhes de fábricas, escolas, hospitais e bibliotecas. Seu interesse pelo conhecimento fez com que conquistasse grande admiração dos estrangeiros.
Durante sua estadia nos EUA, ele visitou 30 dos 50 estados americanos em apenas três meses. O jornal Herald chegou a destacar que Dom Pedro II sabia mais sobre os Estados Unidos do que dois terços dos membros do Congresso americano.
O Dia em que Precisou de um Empréstimo
Foi em Boston que Dom Pedro II viveu uma situação embaraçosa. Interessado em visitar um monumento dedicado à Guerra da Independência Americana, ele precisou pagar US$ 0,50 ao cocheiro que o acompanhava. O problema? Ele não tinha nenhuma moeda no bolso.
Sem uma comitiva ao seu redor naquele momento, Dom Pedro II precisou pedir o valor emprestado ao próprio cocheiro. Pouco tempo depois, um historiador que deveria acompanhá-lo chegou ao local e, estranhando sua postura despretensiosa, perguntou se ele havia visto o imperador do Brasil por ali. O responsável pelo monumento também duvidou que se tratava de um monarca de verdade, mas, posteriormente, tudo foi esclarecido e a dívida foi paga.