Recentemente, Claudia Leitte se tornou alvo de polêmicas após modificar a letra da música “Caranguejo”, trocando a referência à orixá Iemanjá por “Eu canto meu rei Yeshua”, em referência a Jesus. A mudança reacendeu debates sobre a interseção entre liberdade artística, representatividade cultural e responsabilidade social, especialmente no contexto do Axé-Music.
O Papel do Axé na Preservação Cultural
O Axé-Music, gênero profundamente enraizado na cultura afro-brasileira, carrega consigo elementos religiosos e históricos das tradições africanas. O termo “axé” deriva do yorubá, significando energia vital. Muitas canções no estilo fazem referência a orixás, como Iemanjá, destacando a importância da herança africana na música popular brasileira. Alterar letras que remetem a essas tradições pode ser visto como um desrespeito às raízes culturais do gênero.
Reações à Mudança
A substituição lírica causou insatisfação, sendo interpretada por muitos como uma tentativa de apagar símbolos religiosos afro-brasileiros. Pedro Tourinho, secretário de Cultura e Turismo de Salvador, destacou a relevância de manter vivas as referências culturais no Axé. Segundo ele, tais mudanças podem distorcer ou subtrair a essência histórica do gênero, especialmente em um momento em que o Axé celebra seus 40 anos.
Liberdade Artística ou Intolerância Religiosa?
A decisão de Claudia Leitte também levantou questionamentos sobre intolerância religiosa. A cantora, evangélica, justificou a mudança com base em suas crenças pessoais, o que foi criticado como desrespeito às religiões de matriz africana. Esse tipo de atitude reforça o debate sobre até onde vai a liberdade de um artista e quando suas escolhas criativas podem causar impactos culturais negativos.
O Papel das Redes Sociais
As reações à mudança ganharam força nas redes sociais, com hashtags e debates polarizados. Enquanto alguns defendem a liberdade de expressão de Claudia Leitte, outros apontam que figuras públicas têm responsabilidade em suas decisões artísticas, especialmente quando elas tocam questões culturais sensíveis.
